Nadia Abu Shaban

Esta menina, de nome Nadia Abu Shaban, vive algures na Síria, portanto, no meio da guerra. Tem 4 anos e uma vida tão grande já vivida, como nos exprime o seu rosto.

Há dias um fotógrafo decidiu tirar-lhe uma fotografia. Gesto simples e banal para tantos de nós, mas para a Nadia foi momento de medo, de pânico, pois confundiu a máquina fotográfica com uma arma apontada à sua cabeça. E num gesto talvez já tão lhe "familiar" levantou as mãos ao ar, como que querendo dizer que se rendia, que não fazia mal a quem lhe estava a apontar a máquina fotográfica.

Perturbou-me o seu gesto, o seu olhar de medo, de súplica silenciosa (a sua boca bem fechada), os seus olhos tristes mas penetrantes no nosso coração e as suas mãos bem fechadas também.

Fisicamente pouco ou nada podemos fazer por ela, por todas as pessoas que sofrem os horrores de tantas guerras sem sentido que, um pouco por todo o mundo espalham ódio, humilhação, fome, doenças, indiferença. Mas é importante falar delas para que não fiquem esquecidas só porque estão longe. É preciso mantê-las vivas de algum modo e denunciar os poderosos que não se importando com estas situações, se lamentam pela perda de vidas humanas, mas por trás vendem armas para que alguns enriqueçam ainda mais à custa dos mais pobres, marginalizados, discriminados.

"Felizes os que choram porque serão consolados", ensinou-nos Jesus nas "Bem-Aventuranças". Uma forma de os consolarmos, de os mantermos vivos e sentir que não estão sós é rezar por eles, mas também falar deles à sociedade. Tê-los presentes nas nossas vidas.





Paula




Comentários

Mensagens populares deste blogue

O que nasce?

Homenagem à minha Mãe

DIA DA MÃE