"Vou pedir a metade do caminho"

Esteve em nossa casa um amigo que veio da Costa do Marfim e, a páginas tantas, ele contou-nos que no seu país há um ditado que diz o seguinte: "Vou pedir a metade do caminho para voltar, porque a outra metade é o caminho de regresso."

Achei interessante este ditado e às vezes deixo-me cativar por ele e pelo simbolismo que  comporta e que nos deve levar a interiorizá-lo para o vivermos dia-a-dia nas nossas relações quotidianas.

O significado deste ditado é muito simples, mas ao mesmo tempo interpelador: pedir metade do caminho àquele que visitamos significa que nos sentimos bem em sua casa e que queremos voltar, e a outra metade, é o caminho de regresso à sua casa.

Curioso este ditado. E, fazendo o exercício de o "passar " para a nossa vida, será interessante questionarmo-nos sobre quantas vezes somos capazes de pedir aos outros "a metade do caminho" para podermos voltar à sua "casa", isto é, à sua vida, por nos sentirmos bem a caminhar a seu lado.

A partilha de vida é termos a capacidade de nos abrirmos uns aos outros sem medos e sem receios de que nos peçam de novo a "metade do caminho", pois isso significa que as nossas vidas se entrelaçaram, que os olhares se cruzaram e os corações se abriram. Sinal de que nos deixamos adentrar mutuamente e que na diversidade de cada ser se dá a complementaridade de ambos e acontece a verdadeira Vida.

Peço, desde já, a metade do caminho, ou seja, gosto de estar convosco e de partilhar o meu coração, por isso vou voltar.








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